domingo, 13 de novembro de 2022
Macaquito a descomplicar
terça-feira, 8 de novembro de 2022
quinta-feira, 27 de outubro de 2022
Porque podes
Tudo o que ele quer é ser. Ser amigo, ser colega, ser aluno, ser filho, ser parte. De alguma coisa. Ser da turma, ser da escola, ser da equipa, ser da família. Sem filtros, sem rodeios, sem fingimentos.
Tudo o que lhe pedimos é que seja igual aos outros quando nós, os outros, queremos todos ser diferentes. Tudo o que lhe pedimos é que se submeta às regras bacocas e hipócritas duma sociedade pouco consciente e perversa, que, no entanto, sabemos estar a descambar e mesmo assim pedimos.
Que não tenha discursos disparatados, "ninguém percebe onde queres chegar...".
Que não sacuda as mãos, "parece que vais voar…"
Que não se isole, "assim não vais ter amigos…"
Que não se pendure "estás a ser aborrecido…"
Que não conte coisas "falas demais…"
Que não se feche "tens de dizer o que sentes…"
Vivemos de causas inúteis com a função única de conquistar audiências mas esse não é o mundo dele como não deveria ser o de ninguém. Se tudo o que ele quer é fazer parte, porque não preservar esse querer, de ser de toda a gente, igual a toda a gente mesmo igual aos que só querem ser diferentes.
Se tudo o que ele quer é SER, deixem-no ser, o que é, como é! Livre, imperfeito e genuíno.
terça-feira, 25 de outubro de 2022
Este palerma que até o lanche me pede...
Ligam-se da escola de música para tratar de uns procedimentos administrativos, depois de tudo tratado:
-Tenho de te dizer isto, o teu filho é o máximo!
-Então? O que é que ele inventou desta vez? - pergunto.
-Passou aqui a correr e a disse-me: "Bem, vou ali buscar as minhas coisas depressa. Tenho de ir para casa adiantar o jantar!"
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
15 anos a arrancar suspiros... e olhos!
quinta-feira, 13 de outubro de 2022
Quando tudo se perdoa
Ao almoço, macaquito senta-se numa mesa de quatro onde estão apenas três miúdas. A fedelha mais nova, 12 anos, muda de mesa e chama as colegas que acabam por ir perante a insistência. Macaquita assiste a isto da mesa ao lado e vai chamar uma das responsáveis do refeitório que dá um sermão à fedelha. Esta desmente tudo mas, sobejamente conhecida pelas atitudes de merda, não engana ninguém... Porque tudo lhe é perdoado, porque é da casa, porque é uma miúda e porque "eu também era assim"!
Não são imprevistos, não são acidentes, são atitudes deliberadas de miúdos a quem todos os erros se desculpabilizam e se escusam consequências. E não quero ser juíza da educação alheia, muito menos parecer que sou melhor do que os outros mas porra, já não é de ânimo muito leve que engulo a mesma sopa todo o santo dia.
sexta-feira, 7 de outubro de 2022
Sempre refinado...
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
Agora que já consigo rir-me do último filme de terror
Chegámos à casa da aldeia ou, como dizem uns amigos muito queridos (
-Olha, eu vou à frente abrir o portão. - anuímos, ele começa a andar, e quando estamos para arrancar atrás dele, o pai apita o carro na brincadeira. Longe dele imaginar que isso iria espoletar um episódio de susto, não me lembrava da última vez que aconteceu, o certo é que parecia que tinha sido atingido a tiro, levantou os dois pés do chão e caiu como se fosse uma tábua. Ouvi o baque da cara dele a bater no chão e pensei imediatamente que tinha ficado sem dentes. Saí do carro em segundos e só via sangue, agarrei nele da forma mais estúpida que me ocorreu naquele momento e andei o resto da rua até casa com ele por um braço. Já dentro da propriedade, abri a torneira da Fonte de Pedra (
Pedi a macaquita que me trouxesse uma toalha lavada, mudei-lhe a t-shirt, para não parecer que se estava a esvair (mais ainda!) e levei-o para o hospital.
Os oito quilómetros que separam a casa do hospital pareceram oitocentos, especialmente ao nível auditivo, supus que nunca mais recuperaria a audição depois daquela gritaria toda. Entrámos nas urgências e a primeira pergunta que ocorreu ao segurança, muito menos competente que a nossa vizinha, foi:
-Então, há azar? - apeteceu-me responder que não, que só tínhamos entrado para um cafezinho e que macaquito preferia chá, daí a gritaria. Entrámos diretamente para a sala de urgência onde, acredito que TODOS, os médicos e enfermeiros de serviço assomaram à porta dos respetivos gabinetes para perceber que forrobodó era aquele. Disfarçadamente, expliquei a uma enfermeira que macaquito, apesar de parecer um adolescente drama queen, era autista e que estava em pânico, que não se iria queixar uma única vez de dores mas que iria panicar com todo e qualquer procedimento hospitalar, portanto, talvez fosse melhor arranjarem-nos um local discreto para continuar o serviço ou arriscavam-se a perder todos os outros pacientes para um hospital psiquiátrico.
Fomos encaminhados imediatamente para a cirurgia, a médica que nos atendeu não podia ter sido mais humana e competente, a enfermeira que lhe tratou todos os centímetros de corpo sem pele e queimados do alcatrão foi incansável e inteligente, deveras inteligente. Sabem como conseguiu que ele acalmasse antes de seguir para o RX? Emprestou-lhe uma cadeira de rodas. Foi o sossego a partir desse momento para todos, excepto para os pacientes na sala espera da cirurgia, a quem moeu o espírito com os seus relatos do acidente, perguntas sobre o estado de saúde e manobras artísticas na SUPER MEGA CADEIRA DE RODAS!
Foi muito assustador mas o pior já passou, claro que não estamos livre doutra, se bem que espero que não seja muito próxima ou qualquer dia fico-me com uma paragem cardíaca e depois não há ninguém que ature estas merdas.
Só vim aqui relatar isto tudo para saberem que estamos vivos e de saúde, apesar das novas cicatrizes, ele no corpo e eu na alma mas também para relembrar as pessoas menos conscientes destas problemáticas que sejam empáticas, mesmo quando vos parecer que o rapaz maior que a mãe está a fazer uma birra porque tem de levar meia dúzia de pontos nos queixos.
sexta-feira, 3 de junho de 2022
Ai sou?
domingo, 29 de maio de 2022
Já desisti de tentar mudar isto...
terça-feira, 3 de maio de 2022
Ideias fixas!
domingo, 1 de maio de 2022
Dia da mãe
Há coisas que não mudam...
Macaquita desenha-me coisas bonitas,
sexta-feira, 22 de abril de 2022
She has a point...
quinta-feira, 21 de abril de 2022
Na lotaria da vida, saiu-nos a sorte grande
quarta-feira, 20 de abril de 2022
Em caso de duvida, não introduza.
quinta-feira, 14 de abril de 2022
Mangas arregaçadas
-Já, obviamente que é uma das soluções em cima da mesa mas diga-me honestamente onde está a justiça dessa solução? Porque razão terei de mudar toda a rotina de uma criança que está integrada, neste caso com a agravante do autismo, se não é ele o agressor?
É evidente que é uma solução com menos risco para quem tem de tomar uma posição mas uma solução medíocre. Fico a matutar na mensagem que fica para aqueles miúdos que, independentemente do castigo que lhes calhar, é de que no final acabam por "expulsar" da escola a pessoa que escolheram agredir. E é só isto, uma escolha! Escolheram agredir um colega pela sua diferença, como se ser diferente fosse algo errado. Quantas das pessoas que conhecem são neurodiversas ou têm uma incapacidade? Ele é um miúdo meigo, divertido, educado e amigo de todos os que o tratam bem e até de alguns que o tratam mal. E é um miúdo que tem feito um esforço hercúleo para seguir normas sociais que nem sequer entende, portanto, alguém me explique a razão de alguém numa comissão me perguntar se já ponderei mudá-lo de escola porque isso talvez seja o melhor para ele com o argumento de que a escola é muito elitista e trabalha para os quadros de mérito, logo, a competitividade é muita e não há um sentimento de grupo, de orientação comum, de trabalho em equipa.
quarta-feira, 6 de abril de 2022
A "prima" confundiu tudo...
Fazia um scroll no telemóvel e ri-me ao ver uma publicação do lolx no Instagram. Macaquita espreitou o ecrã do telemóvel e perguntou:
-Estás a rir-te de quê?
-Desta publicação. - e mostrei-lhe o ecrã.
-Não percebi!
-Deve ser tua prima, em vez de escrever cama desdobrável, a pessoa anunciou cama desfavorável. - disse-lhe em tom de brincadeira assumindo que não tinha lido a legenda. Ela, com ar sério e confuso:
-Qual prima? - comecei a rir, ela com um ar cada vez mais confuso mas a rir ao mesmo tempo. -Mas qual prima, mãe? A sério, que prima?
sábado, 2 de abril de 2022
Repost porque hoje, 2 de Abril, é dia da conscientização para o autismo.
Talvez fosses azul
Dizem que és azul, que é essa a cor de todos os meninos como tu, talvez não seja por acaso que é o azul que preferes, assim talvez se explique também porque é a minha cor preferida. Todavia, não te vejo azul, os meus olhos tocam os teus e vejo-te de todas as cores, da cor de todas as crianças, da cor das crianças de todas as cores. E se tivesse de te escolher uma cor, escolhia a cor da tua alegria, mais que azul és feliz mesmo nos dias em que não te deixam escolher a bola de picos, aquela azul que é a tua preferida e as lágrimas tomam os teus olhos até me encontrares num abraço.
Que cor teria o meu amor se o amor se medisse em cores? Talvez fosse azul se o azul fosse a cor de um amor desmesurado. Porém, sem medida não lhe posso dar cor, resigno-me ao arco-íris, presumo que se convocar todas as cores poderei apresentar a medida aproximada do meu amor por ti.
sexta-feira, 25 de março de 2022
Estou pronta para fazer um dicionário de macaquitês!
quarta-feira, 23 de março de 2022
quinta-feira, 17 de março de 2022
Esperta
-Sabes o que estive a fazer ontem à tarde? -pergunta-me macaquita.
-Não, diz lá.
-Estive a recolher toda a poeira que consegui da varanda e pus num fraquinho. Agora tenho uma lembrança de África e nunca estive lá!
quarta-feira, 16 de março de 2022
Rinoplastia
Macaquita resolveu desenhar-me, observou-me de vários ângulos, pediu-me que não fizesse caretas e eu só lhe pedi que me fizesse bonita. Chegada a hora de jantar e já sentados na mesa:
-Olha mano, o teu nariz é igualzinho ao da mãe.
-Eeeeeiiii, estás a dizer que sou narigudo?!
quarta-feira, 9 de março de 2022
Nunca me senti tão "inchada"
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
Eu cá diria Países Baixos
-Hoje vi um pequenino vestido de Luke lá na escola, tão fofinho! Agora os fatos têm músculos e tudo. - começa macaquita.
-Seria Hulk? - digo eu.
-Isso e depois o L. disse-lhe olá e ele ficou muito envergonhado. E a mãe, aquela que era terapeuta do mano, sabes que mora na casa amarela? - dizia em esforço a tentar recordar o nome.
-Sei, a Iolanda? - pergunto.
-Pois, eu ia dizer Inglaterra, sabia que tinha a ver com um país.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
Vai uma fresquinha?
Uma equipa da PSP esteve na escola a falar com os miúdos sobre os perigos da internet. Macaquita contou com todo o pormenor os casos descritos pelo agente e mais alguns partilhados pelos professores. A dada altura e em jeito de piada, diz para o irmão:
-Pois, é o que tu me fazes, sagres bullying. - diz entre risos.
-Faz o quê? - pergunto eu, deveras confusa.
-Sagres bullying! Foi o que o polícia disse.
-Não terá sido Cyberbullying? - corrijo.
-Eu percebi Sagres, ou então o polícia disse assim a carregar no R, Cyberrrrr....
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022
Bullying, outra vez?!
Não me recordo de quantas vezes falei de bullying aqui, ou de histórias que envolvem bullying, mais ou menos dissimulado.
Não sei quantas vezes fui à escola falar com os professores para tentar anular os comportamentos de bullying dos colegas para com macaquito.
Não sei quantos e-mails já enviei para os diretores de turma, a explicar situações de bullying para com macaquito, ocorridas nos intervalos das aulas. Para que conversem com os miúdos, com os pais, sem consequências disciplinares, para apaziguarem a situação.
Não sei quantas vezes já "desvalorizei" situações de bullying nas conversas com o meu filho, apenas para que ele as consiga desvalorizar também e dar os passos que lhe peço, ignorar, continuar a andar e esquecer. Como se fosse possível...
Não sei quantas vezes macaquita chegou a casa alterada porque teve de intervir com miúdos da escola que estão a atacar o irmão, pondo em causa a sua integridade física para o defender de putos que chegam a ter mais vinte centímetros que ela.
Sei, que apenas uma vez, fiz a loucura de esperar um puto perto da escola e apertei-o tanto no braço que fiquei com os dedos a doer. Resolvi, da pior maneira possível, uma situação que se arrastava há dois anos e que ninguém na escola tinha conseguido resolver.
A minha frase de hoje para os meus dois filhos foi: tenho vontade de entrar na escola e ir duma ponta à outra, a distribuir lambadas e acabar com isto de uma vez por todas.
Já li e reli todos os artigos que dizem respeito a bullying e autismo, isto porque há dias em que me sinto tão desesperada e estúpida que acredito que vou encontrar a solução milagre numa pesquisa do google ou num artigo de jornal.
"As pessoas com deficiências têm sete vezes mais probabilidade...."
"Ensine o seu filho a lidar com o bullying..."
Ensino o meu filho? A sério? Ensino os meus filhos desde cedo que não devem gozar com ninguém seja por que razão for, que se tiverem alguma coisa a dizer que o digam mas com a educação e o respeito que gostariam de ter de volta. Que defendam os precisam deles e não os mais populares. E eles aprenderam, de muito pequeninos... Fico muito orgulhosa quando os professores da minha filha enaltecem a sua maturidade, empatia e os comportamentos, irrepreensíveis! Macaquito por vezes tem comportamentos desadequados e de imitação mas isso vale ser castigado, independentemente da sua compulsão e incapacidade de se regular.
Fala-se muito de bullying quando aparece um vídeo nas redes sociais ou quando acontece uma desgraça mas se as escolas tivessem câmeras nos pátios ou corredores, haveria com certeza, vídeos para os próximos cem anos.
Macaquito estava tão transtornado hoje que bastou olhar para os punhos cerrados para perceber que a escola não tinha corrido bem.
-Não, não quero falar sobre o meu dia. Fala com a mana, ela conta-te! - e mais não disse.
Como é que se acaba com isto?
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
Primeiro amor...
-Agora não sei bem como é que isto se faz... Tenho de dar-te presentes e ser fofinho, não é?
-Não precisas de me dar presentes, é só seres fofinho!
Se os meus filhos algum dia permitirem que alguém lhes aperte o pescoço, que os violentem com palavras ou, num cenário oposto, sejam eles os agressores, nesse dia saberei que falhei como mãe. Se os amores adultos se mantivessem com o respeito dos primeiros amores, não seria necessário estar nas redes sociais a discutir o que configura ou não, crimes de violência doméstica
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022
Não me ocorreu quando escolhemos o nome para ela mas tenho pena
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
Quem diz a verdade...
Enquanto jantávamos, tomei as rédeas de uma conversa para explicar a macaquita algumas coisas sobre a vacinação e as decisões que, por enquanto, só competem a nós pais. Macaquito resolve intervir:
-Sabeeeemmmm, eu até queria dizer alguma coisa sobre isso mas não vou dizer nada porque provavelmente vou dizer uma coisa qualquer sem sentido.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
Nada como ter o dicionário na ponta da língua
Notícia em rodapé: Marcelo Rebelo de Sousa vai indigitar António Costa.
-Mãe, o que é indigitar? - pergunta macaquito.
-Fácil, vai-lhe carregar nos números. - responde prontamente macaquita.
Carrega, Marcelo!
terça-feira, 25 de janeiro de 2022
Eu paro se ela parar... de falar
-Mãe, sabes o que é um acólico, não sabes?
-Acólito, macaquita.
-Isso, aquela coisa das igrejas... - explicou. -Noutro dia ao almoço a Bia disse "o meu avô era acólito." E eu "a sério? O teu avô era alcoólico? Coitado!".
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
Fico tão confusa
Enquanto lhe punha creme nas axilas devido a uma irritação provocada pelos "chouriços" da natação, macaquita olha para o umbigo e dispara:
-Não sei porque é que temos de ter cordão umbilical. A gente não vai a lado nenhum. - ri-se do seu próprio disparate.
-Então macaquita, é através do cordão umbilical que o bebé recebe nutrientes e oxigénio... - prendo-me na dúvida, não sabe ou está a gozar?
-Ah bom! Pensei que era para o bebé não fugir, tipo uma trela. - e riu-se muito.
E eu? Eu continuo presa na dúvida...
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
Eu cá dizia "belícia"
Hora de jantar.
-Mãe, este arroz tem maravilhas do mar? - levei dez segundos a atingir.
-Delícias, macaquita, delícias! E não, é arroz de polvo.
Deliciam-me estas fragilidades linguísticas dela, não há dia que não me façam rir, como não há dia que não me levem ao desespero. É na escola que mais se nota, tem de trabalhar muito para alcançar metade do que os outros alcançam, tem muita dificuldade de interpretação. Não me preocupam as notas, preocupa-me a saúde mental dela que se sente diminuída em relação aos colegas, por isso, não fala, não pergunta, não tira dúvidas em sala de aula.
Às vezes, inadvertidamente, faço-a chorar quando estudamos juntas, o arrependimento (inútil) chega-me logo de seguida, é quando as lágrimas lhe rolam que compreendo a razão de não fazer perguntas aos professores. A nossa felicidade não é enfeitada, tem dias que se faz de ralhetes, lágrimas, cansaço e medos. Colmata-se tudo isto com beijos e abracos, que sempre sabem melhor que maravilhas do mar.
domingo, 16 de janeiro de 2022
Tenham vergonha, pá!
sexta-feira, 14 de janeiro de 2022
Coisas da cabeça dele
Segunda-feira, fim de férias:
-Porque é que tenho de ir para a escola? Quem me dera ter um aviário.
Terça-feira, ao deitar:
Eu: -Espero que esta noite não haja passeios noturnos, nem brincadeiras com perfumes.
-Mas mãe, estava cheio de calor e todo transpirado. Aqueles lençóis são muito quentes!
(na noite anterior lembrou-se de ir para casa de banho despejar um frasco de perfume por todo o lado, menos nele. Acordei mais de 20 vezes com a boca a saber a perfume...)
Quarta-feira, depois da escola:
-Porque é que os professores mandam trabalhos? Eles não percebem que a minha vida é muito difícil.
Quinta-feira, ao almoço:
-Mãe, é difícil mandar vir um guarda-costas da internet?
Sexta-feira:
-A Dona G é muito engraçada, ri-se sempre das minhas piadas, mesmo quando são aquelas secas.
terça-feira, 4 de janeiro de 2022
Três palermas à conversa
Limpo desenfreadamente o vidro da lareira na pressa de a acender visto que a descida das temperaturas já se faz sentir em casa. Macaquita está sentada na secretária em frente ao portátil e macaquito vê televisão com o som demasiado alto. Apercebo-me que conversam mas não ligo ao que dizem até que macaquita arremessa em forma de grito:
-És mesmo burro!
-Ei! Então, sabes bem que não gosto disso. - digo eu.
-Mas mãe, ele não está a perceber nada e só diz asneiras. Eu estava a explicar que vai passar um cometa ou asteróide ou sei lá...
-Meteoro?
-Isso! Vai passar aqui no planeta Terra e é do tamanho de um autocarro...
-Aqui no planeta Terra? - atiro eu com ar de gozo.
-Oh! Lá no espaço mas à volta da Terra... Tu sabes... E ele pergunta "Vai passar em (nossa cidade)? ". Isso é burrice!
-Se calhar ele queria apanhá-lo. - neste momento, macaquito, que se tinha mantido impávido, esboça um sorriso.
-Hã?! O quê, mãe? - diz completamente baralhada.
-O autocarro!