Devia haver um fio que pudesse puxar e que devagarinho esvaziasse a angústia que me enche por dentro. Ontem quase alcancei a ponta quando macaquita achou que eu estava triste porque não lavou os dentes, assomou-se um sorriso, um esgar de felicidade mas mal dei por ela, a ponta do fio escapou outra vez.
O que vier depois será de rir ou chorar mais, o que vier depois que me leve esta inconstância, que me despeje as lágrimas todas de uma vez ou me faça rir até doerem todos os músculo da barriga, o que vier depois que me resgate deste corpo onde me enfiei e no qual enceno sorrisos apenas para fingir que está tudo bem. O amor, este amor, é o que tenho de mais verdadeiro mas este amor extravaza por cada poro, consome a energia de cada célula do meu corpo, exorta todos os meus medos sempre que há algo que não consigo dominar. E este medo tolda-me o discernimento, arrasa todas as estratégias de sobrevivência, faz-me vergar. Acho que só preciso de um desfecho.