sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Tal e qual filho, é como carregar uma cruz.

Entra no carro a correr, atira a mochila e o saco de ginástica para o banco de trás e a primeira coisa que me diz é:
- Mãe, preciso de falar contigo... - a voz dele indicava problemas.
- É grave?!
- Errr... bem... eu nem sei.
- Diz lá o que se passa. - tento manter a voz tranquila mas tendo em conta tanta coisa que tem acontecido desde que começou a escola, fico sempre um bocadinho em pânico. - Sabes que estou aqui para te ouvir e ajudar, não sabes?
- É que... É que.... Acho que tenho uma paixoneta pesada por uma colega da minha turma.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Até estava a correr bem

Fomos a uma loja, quando saíamos Macaquito fez questão de me segurar a porta.
- As senhoras primeiro. - disse.
- És um autêntico cavalheiro. - respondi-lhe. Ao mesmo tempo chega uma senhora que espera que eu saia e lhe faz sinal para sair também.
- Não, não minha senhora, pode passar. - e continua segurando a porta. A senhora insiste pois percebe que eu aguardava. Erro crasso!
- Não minha senhora, eu sou um cavalheiro. As senhoras IDOSAS primeiro.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Não sei se desabei ou se desabafei

Estava ligeiramente irada, ligeiramente é como quem diz, a espumar. Pela primeira vez berrei com macaquito, nem sei se berrar é o termo, acho que foi mais um rugir. 
Foi meio incrédula que, ainda na escola de música, ouvi o relato de como se passou com os colegas, interroguei-o sobre o porquê de tudo aquilo com alguma calma, segurei-me para não me rir na parte em que me dizem que conseguiu ofender todos os colegas mais anafados com tantos adjectivos diferentes que a professora não conseguiu repeti-los todos, já não achei tanta piada ao chorrilho de asneiras que destilou sem olhar a quem. Há que valorizar a riqueza do vocabulário mas não posso permitir que perca as estribeiras, a vergonha e a educação, tudo ao mesmo tempo. Para colmatar a coisa em grande, chegados a casa, abro a mochila para pôr a lavar pois tinha rebentado um pacote de sumo lá dentro e percebo pelo estado em que se encontram os livros, dossier e algum material escolar, que o rebentamento só poderia ter acontecido devido a um embate a não menos de 150 km/h. 
Saltou-me a tampa! Chamei-o ao quarto e dei-lhe o raspanete de uma vida, castiguei-o por duas décadas e ele, sem me responder, logo ele que tem sempre resposta para tudo, esperou uma pausa e um virar de rosto, para fugir de fininho, pé ante pé antes que eu concretizasse alguma das ameaças que me fugiram à boca naquele curto espaço de tempo. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Quando do fundo do poço vem um sotaque brasileiro

Macaquitos desapareceram, em casa, o silêncio imperou por muito tempo, coisa pouco comum num domingo de manhã. Estão a fazer asneira, pensei para mim, é melhor ir espreitá-los.
Depois de escrutinar todas as divisões da casa, estranhei a escuridão no quarto dele e espreitei. Nem sinal deles, apenas um som abafado dentro do armário.



Estavam a fazer um planetário. É tão bom quando se desentendem no armário. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Logo ela que é apaixonada por Londres e a rainha de Inglaterra

Hoje estudámos inglês para o teste de amanhã. Estava tudo bem sabido, à excepção do verbo Ser, onde havia uma pequena confusão. 
Depois de jantar, enquanto me metia com ele e regateavamos a hora de ir para a cama, digo-lhe que pode ficar mais 5 minutos, na condição de me dizer corretamente o verbo To Be.
Ele ria-se e reclamava em jeito de brincadeira.
-Vá, mais 5 minutos mas tens de cantar o verbo To Be.
Do outro lado da sala, Macaquita intervém. 
-Oh, é fácil. Eu tubi, tu tubis, ele tubi...