quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Pandemia no coração

Nos últimos tempos, foram muitas as vezes que aqui cheguei com o fogo nos dedos para contar um qualquer disparate de macaquitos mas há sempre qualquer coisa que me faz deixar as histórias nos rascunhos, sejam coisas minhas ou loisas dos outros. 

Tenho o coração triste, amargo, ressentido, amassado até. Ainda me rio dos disparates que já não conto, emociono-me com as dores alheias,  desiludo-me mais com as pessoas, espero mais alto e caio mais fundo. Confronto o meu bem-estar mental e sei todas as razões para me sentir assim, só não sei preparar a poção para arrepiar caminho. Não me prendo em memórias pois assumo a sua inutilidade na resolução dos meus conflitos interiores mas sinto falta de tanta coisa, do meu pai, dos meus amigos, de ser feliz no trabalho, de ser feliz em casa, de ler, de vos ler, de chorar a rir a ler-vos. 

Venha o que vier neste novo ano, desejo que nos devolva o amor, a gargalhada, o sorriso, a saúde e os abraços, e a ti "Blue", que te devolva os caracóis. 


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