Olho para mim quando era pequena e acho que fui feliz, às vezes nem tenho bem certeza porque tenho memórias que não defino, não lhes encontro albergue. A minha mãe ensinou-me como ser a mãe que sou hoje, ela que não foi nem de perto, nem de longe a melhor mãe do mundo. Ditou-me o caminho de tudo o que não sou. Estas palavras dedico-lhas com carinho porque nos amou incondicionalmente mas não sabia ser diferente, com ela era sempre não, não fazes, não podes, não vais, não deixo, hoje percebo que era por medo, por não saber fazer melhor, por ter medo de nos perder, nem sei bem porquê.
Faço do dia da mãe, o dia do pai que o meu, foi pai e mãe. Ficou-me a lição, sou mãe e pai mais vezes do que desejava. À minha mãe digo-lhe que no papel de avó é simplesmente maravilhosa e isso enche-me de orgulho. Ao meu pai, não lhe perdoo o susto que nos pregou e que fez deste dia de nós um dia um bocadinho mais triste. Aos meus filhos não lhes digo aqui nada, sussurro-lhes ao ouvido a cada adormecer o quanto os amo e eles retribuem com sorrisos e um "eu também". De hoje fica-me a frase de macaquito "eu quero que o avô melhore!" assim, com ponto de exclamação, eu também! Hoje foi dia de nós porque é nesta família que sou mais mãe e sou mais filha e somos todos uns dos outros.
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