terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Os piropos de macaquito

Macaquito pediu-me que o fosse levar ao trabalho do pai, este tinha prometido que o levava mas como saiu cedo, estava frio e o miúdo ferrado, não teve coragem de o acordar. Claro que assim que acordou ficou desolado (termo que utiliza amiúde) e eu lá fui levá-lo. 
Quando chegou vai ter comigo ao quarto e diz-me num sussurro:
-Mamã, tenho uma coisa para te dizer. 
-E porque é que estás a falar baixinho? - perguntei no mesmo tom.
-É um segredo meu e do pai, ele disse para não te contar.
-Então não devias contar.
-Mas eu tenho de dizer. - insistiu torcendo as mão em desespero.
-Ok, então se tens mesmo de contar, eu não digo ao pai mas não te esqueças que é um segredo vosso. Decide lá como queres fazer.
-Sabes, eu vi popós grandes. - sussurrou de novo e ria-se nervoso. Fingi que não percebi mas a expressão é antiga lá por casa.
-Popós grandes? Pareces um bebé a falar, não te estou a perceber.
-Popós grandes são G A J A S. - ria muito enquanto soletrava. - O pai é que disse.
-O pai tem razão, há segredos que devem ficar entre vós os dois.

5 comentários:

  1. Já não se pode confiar em ninguém...

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    1. E como estava angustiado, dividido entre o que era correcto e vontade de contar. Pior! Que contou apenas para me provocar.

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  2. Tss tss tsss, homens e carros...

    (a macaquita já sabe como nós lhes chamamos?)

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    1. Ainda não tive essa conversa com ela.
      Hoje não será o dia...
      (E como lhes chamamos??)

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Dá cá bananinhas!