"...Era uma vez uma menina muito bonita e muito bondosa e depois apareceu um senhor que se chamava Giraldes que se apaixonou por ela. Ela não se quis apaixonar por ele e ele ficou muito triste e ela também. Mas como ficou muito triste foi matá-la com uma faca e depois atirou a menina matada ao rio e ela foi parar à feira de Santa Ourém."
Contas-me num só fôlego a lenda que te ensinaram na escola, falhas os pormenores mas não faz mal porque se contasses tudo bem não me trarias maior sorriso. Dizes-me que desenhaste a história, a menina morta no rio, com flores e vestida de negro. E enquanto me contas tudo isto, assusto-me que saibas que o mundo lá fora tem negro, esse negro que não entendes mas que já pões nos desenhos. E quase no mesmo instante, penso nos dias em que te observo a dançar e tenho medo da tua inocência porque quando danças não tens medo de nada, quando danças nem imaginas que o mundo lá fora não é todo cor de rosa como os teus sonhos, nem azul como as tuas princesas. Liberto-me destes pensamentos e do constrangimento, ouço-vos o riso e as palavras atabalhoadas porque querem os dois falar primeiro. Incorporo as emoções, não vos deixo perceber que tenho medo do escuro, vou estar sempre aqui para pintar arco íris e lamber as lágrimas dos dias mais negros.
Que confusão, a tua história e a minha cabeça...
Tão bom, Be.
ResponderEliminarPintar de cores os negros deles é uma arte que eles nos ensinam, precisamente por nos colorirem todas as sombras. Desde o dia um.
O amor é colorido.
EliminarBeijinho Linda