sexta-feira, 7 de abril de 2017

Padeço de saudadite

Larguei duas malas, duas mochilas e eles, os dois, ainda lhes oiço as gargalhadas. Tão pouco o tempo que passou, a angústia já me consome. Estou por dentro como a roupa que lhes enviei nas malas, t-shirts e malhas, calções e collants, sol e frio. Sinto no silêncio uma paz difícil de encontrar habitualmente, imploro ao silêncio que me tortura que se faça ouvir. Acordo sem corpo, sem me lembrar que o tenho e que me dói, acordo com um sorriso porque sonhei com anjos, estar só torna os sonhos mais fáceis mas o dia vai entrando em mim e a saudade corrói o sorriso, o tempo não passa e a noite chega devagar. Afundo-me no sofá na pressa de adormecer, à espera que os sonhos me sacudam a saudade.

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