segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Eu cá diria Países Baixos

-Hoje vi um pequenino vestido de Luke lá na escola, tão fofinho! Agora os fatos têm músculos e tudo. - começa macaquita.
-Seria Hulk? - digo eu.
-Isso e depois o L. disse-lhe olá e ele ficou muito envergonhado. E a mãe, aquela que era terapeuta do mano, sabes que mora na casa amarela? - dizia em esforço a tentar recordar o nome.
-Sei, a Iolanda? - pergunto.
-Pois, eu ia dizer Inglaterra, sabia que tinha a ver com um país.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Vai uma fresquinha?

Uma equipa da PSP esteve na escola a falar com os miúdos sobre os perigos da  internet. Macaquita contou com todo o pormenor os casos descritos pelo agente e mais alguns partilhados pelos professores. A dada altura e em jeito de piada, diz para o irmão:

-Pois, é o que tu me fazes, sagres bullying. - diz entre risos. 

-Faz o quê? - pergunto eu, deveras confusa. 

-Sagres bullying! Foi o que o polícia disse. 

-Não terá sido Cyberbullying? - corrijo. 

-Eu percebi Sagres, ou então o polícia disse assim a carregar no R, Cyberrrrr.... 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Bullying, outra vez?!

Não me recordo de quantas vezes falei de bullying aqui, ou de histórias que envolvem bullying, mais ou menos dissimulado.
Não sei quantas vezes fui à escola falar com os professores para tentar anular os comportamentos de bullying dos colegas para com macaquito.
Não sei quantos e-mails já enviei para os diretores de turma, a explicar situações de bullying para com macaquito, ocorridas nos intervalos das aulas. Para que conversem com os miúdos, com os pais, sem consequências disciplinares, para apaziguarem a situação.
Não sei quantas vezes já "desvalorizei" situações de bullying nas conversas com o meu filho, apenas para que ele as consiga desvalorizar também e dar os passos que lhe peço, ignorar, continuar a andar e esquecer. Como se fosse possível...
Não sei quantas vezes macaquita chegou a casa alterada porque teve de intervir com miúdos da escola que estão a atacar o irmão, pondo em causa a sua integridade física para o defender de putos que chegam a ter mais vinte centímetros que ela.
Sei, que apenas uma vez, fiz a loucura de esperar um puto perto da escola e apertei-o tanto no braço que fiquei com os dedos a doer. Resolvi, da pior maneira possível, uma situação que se arrastava há dois anos e que ninguém na escola tinha conseguido resolver.
A minha frase de hoje para os meus dois filhos foi: tenho vontade de entrar na escola e ir duma ponta à outra, a distribuir lambadas e acabar com isto de uma vez por todas. 
Já li e reli todos os artigos que dizem respeito a bullying e autismo, isto porque há dias em que me sinto tão desesperada e estúpida que acredito que vou encontrar a solução milagre numa pesquisa do google ou num artigo de jornal.
"As pessoas com deficiências têm sete vezes mais probabilidade...."
"Ensine o seu filho a lidar com o bullying..."
Ensino o meu filho? A sério? Ensino os meus filhos desde cedo que não devem gozar com ninguém seja por que razão for, que se tiverem alguma coisa a dizer que o digam mas com a educação e o respeito que gostariam de ter de volta. Que defendam os precisam deles e não os mais populares. E eles aprenderam, de muito pequeninos... Fico muito orgulhosa quando os professores da minha filha enaltecem a sua maturidade, empatia e os comportamentos, irrepreensíveis! Macaquito por vezes tem comportamentos desadequados e de imitação mas isso vale ser castigado, independentemente da sua compulsão e incapacidade de se regular. 
Fala-se muito de bullying quando aparece um vídeo nas redes sociais ou quando acontece uma desgraça mas se as escolas tivessem câmeras nos pátios ou corredores, haveria com certeza, vídeos para os próximos cem anos. 
Macaquito estava tão transtornado hoje que bastou olhar para os punhos cerrados para perceber que a escola não tinha corrido bem.

-Não, não quero falar sobre o meu dia. Fala com a mana, ela conta-te! - e mais não disse.

Como é que se acaba com isto?


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Primeiro amor...

-Agora não sei bem como é que isto se faz... Tenho de dar-te presentes e ser fofinho, não é? 

-Não precisas de me dar presentes, é só seres fofinho! 

Se os meus filhos algum dia permitirem que alguém lhes aperte o pescoço, que os violentem com palavras ou, num cenário oposto, sejam eles os agressores, nesse dia saberei que falhei como mãe. Se os amores adultos se mantivessem com o respeito dos primeiros amores, não seria necessário estar nas redes sociais a discutir o que configura ou não, crimes de violência doméstica

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Não me ocorreu quando escolhemos o nome para ela mas tenho pena

-Aquela cantora também é "do azeite"? - pergunta macaquita. 
-Não, é fadista. - respondo-lhe. 
-Pois, chama-se Ana João? 
-Não,  Gisela João, Gisela! - corrijo dando ênfase ao Gisela. 
-Gisela, hummmm... É um nome bonito. Faz lembrar morcela. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Quem diz a verdade...

Enquanto jantávamos, tomei as rédeas de uma conversa para explicar a macaquita algumas coisas sobre a vacinação e as decisões que, por enquanto, só competem a nós pais. Macaquito resolve intervir:

-Sabeeeemmmm, eu até queria dizer alguma coisa sobre isso mas não vou dizer nada porque provavelmente vou dizer uma coisa qualquer sem sentido. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Nada como ter o dicionário na ponta da língua

Notícia em rodapé: Marcelo Rebelo de Sousa vai indigitar António Costa. 

-Mãe, o que é indigitar? - pergunta macaquito. 

-Fácil, vai-lhe carregar nos números. - responde prontamente macaquita. 

Carrega, Marcelo!