quinta-feira, 28 de maio de 2015

O pai é que sabe

O meu irmão e o pai de macaquito fazem uns ralis de regularidade histórica a que eu ironicocarinhosamente chamo Provas de Chassos. O gosto pelos chassos velhos foi sendo herdado por quase todos os membros da família, tanto ou tão pouco, que já lá vão uns anos que tenho uma dessas relíquias plantada na minha garagem, só sai para passeios ou quando fico a pé.  Como o meu carro está na oficina, esta semana passeamos de chasso, macaquito delira.

-Mamã, o preto faz piões?
-Não.
-Faz, faz. O pai disse que sim.
-O pai enganou-te.
-Não mãe, o preto é do rali.
-Achas? Não é nada, nem tem número na porta.
-Ai mãe, não sabes nada. Tu não vês que tem as matrículas pretas, as matrículas pretas são dos carros do rali.
Ri-me da analogia.
-Pronto mãe, não te preocupes, tu não sabes nada mas eu estou aqui para te ensinar!
-Ai é? Então fica combinado quando saires com o pai no preto, podem fazer os piões que quiserem, com a mamã não te safas.
-Eu sei, com o pai faço piões e também posso dizer gaja boa!

Serei sapo?

Enche-me de beijos, quando chega, quando vai, quando está e até quando não está, sou a preferida dos beijos dele. Aos outros, no entanto, é um martírio ou a rotina já foi criada ou tem de ser alguém de quem goste muito.
 A terapeuta ocupacional, sabendo disto, costuma provocá-lo, pedir-lhe beijos que usualmente ele refuta mas que compensa com um abraço. Na última sessão, diz-lhe ela:
-Macaquito, já vais embora? Então e o meu beijo?
- Ó C. tu não sabes? Os beijos das outras pessoas deixam-me corado!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Salto!

Quando te tinha em mim, nunca quis sonhar por ti, queria apenas que fosses perfeito, que tivesses o atrevimento de viver no mundo que escolhesses para ti. Alguma razão madrasta que nunca tentei entender ofereceu-me um pouco mais do que desejei mas isso não interessa se adormeces sempre feliz.
Hoje reitero os meus desejos de que sejas feliz nesse teu mundo, de certeza muito melhor que o nosso, ora se está cheio de gargalhadas e conversas intermináveis que por vezes só tu entendes mas que te fazem sempre sorrir. E porque sei que tenho sempre a porta aberta, que me preferes desse lado e eu estou sempre pronta para saltar, não poderia desejar outra coisa para ti.
Se alguém disser que é difícil entrar na tua bolha é porque nunca tentou, abriste as portas de par em par e convidas todos a entrar, a navegar os teus dragões, a pilotar contigo todas as naves "especiais".

Obrigada ao Leonardo que nos desenhou como somos, obrigada por nos veres
Em tão pouco tempo conseguiste entender algo que há pessoas que vão levar uma vida... provavelmente nunca lá chegarão!

O Leonardo faz mais coisas giras aqui.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Tudo sob controlo

Hoje saimos de casa um pouco mais cedo que o costume, deixámos macaquita sem birra e como ainda faltava um pouco para a hora dele ficámos no carro a conversar. A dada altura percebo que está desconfortável, torcia e retorcia-se no banco.
"Passa-se alguma coisa? Queres fazer chichi?"
"Não te preocupes mamã, tenho tudo controlado!"
"Se calhar é melhor ires andando para cima."
"Andando não, tenho de ir a correr e a gritar se não vou fazer chichi nas calças."

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Até breve...

A Palmier e o seu  Óraculo On-line vaticinou que 2015 será um ano muito atribulado, um ano de quezílias, desavenças e de escaramuças sangrentas. 
Acho que entrei em pânico, resolvemos mudar com macaquitos para sítio seguro, voltaremos quando Plutão sair da casa 21...



terça-feira, 19 de maio de 2015

O animal sou eu!

Enquanto assistiamos a um documentário sobre vida animal, o comentador fala nas aldeias mais próximas da savana e nos seres humanos que por lá vivem, macaquita pergunta-me o que são seres humanos.
"Os seres humanos são as pessoas."
"Todas as pessoas?"
"Sim, macaquita, as pessoas como nós."
"Mas os humanos não são os maus?"
Tendo em conta tudo o que se tem assistido nos últimos tempos, tive vontade de lhe responder que sim mas preferi fazer uma dissertação sobre comportamento humano.

#Somos todos macacos

segunda-feira, 18 de maio de 2015

E quem não tem exames

Hoje é dia de exames para o 4ºano e as crianças estão ansiosas, têm medo de falhar, a pressão que lhes colocam em tão tenra idade é grande e se calhar não havia essa necessidade. 
Mas e os outros, os que não fazem exames, julgam que para eles é mais fácil? Desengane-se quem julgue que sim, ora vejamos.
Macaquito vai passear para uma famosa mata daqui, que tem baloiços e montes de coisas giras para brincar e depois seguir-se-á uma visita ao Museu de Arte Contemporânea.
Macaquita que ainda está no pré-escolar, vai passear de comboio, daqueles a sério com rodas de ferro que deslizam nos carris, cravou dois euros ao pai e saiu de casa com os olhos brilhantes de felicidade.
Macaquito ao sair de casa, deu uma monumental queda, arrojou um metro pelo chão e ficou com um joelho, um cotovelo e as mãos em carne viva. Macaquita de tanto tentar acalmar o irmão (que só gritava) a caminho da escola dela, ficou ansiosa e  já não queria passsear de comboio e já não largava o colo da mãe, que por sinal estava ocupado com um marmanjão de sete anos aos gritos.
Ah e agora vão dizer-me que os exames são um bicho de sete cabeças?? 

 (São, eu sei que sim!!)



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Pequenos futuros bullies

Ironia do destino, pela segunda vez este ano macaquito também foi vítima de colegas parvos, que eu saiba é a segunda vez este ano porque ele conta tudo mas isto não, suponho que o ameacem. Pensei em escrever sobre o assunto mas surgiu a polémica do vídeo, o qual não vi nem tenho vontade de comentar, daí guardei o post nos rascunhos, até hoje.
Uma manhã desta semana fui levar macaquito à escola e por andar desconfiada que algo não corria bem, fingi que ia para o carro e voltei atrás. Pumba, lá estavam os 3 ou 4 rufias do costume a rodeá-lo e ele levantava o pescoço e gritava com eles, reacção que tem sempre que sente medo. Verifiquei que chegava em segurança e pensei e repensei o que deveria fazer. Conclui que seria melhor perguntar-lhe na escola, com a presença de professores e auxiliares pois já referi o assunto demasiadas vezes e nunca foi tido em grande conta.
Assim fiz, a muito custo lá disse que lhe chamavam deficiente e autista, palavras que nunca usamos em casa e que ele nem sabe o significado. Pediram-me que no outro dia de manhã identificasse as crianças, porque é de crianças que falamos, são meninos com 9/ 10 anos no máximo, para que o assunto fosse resolvido.
Levei-o pela mão à escola e assim que chegámos ao portão de entrada, reconheci um dos meninos e chamei-o, ficou vermelho, olhos brilhantes e perguntava porquê. Disse-lhe que não precisava de sentir medo, que íamos apenas conversar. Sem lhe perguntar nada, enquanto aguardávamos pelas professoras, que nem mini-bufo debitou o nome de todos os amiguitos da maldade.
"Eu não fiz nada ao Macaquito, foi o X, o Y e o Z...
" Ainda bem que sabes quem são, assim podes dizer isso aqui à professora e também sabes o nome dele mas não é isso que lhe chamas, pois não?"
Quando a professora chegou, a auxiliar foi com o tal menino chamar os outros e voltou sem ele. Perguntei por ele e a criança, de esperto que é, acusou os outros mas afirmou que não tinha nada a ver com assunto. Reiterei no pedido de que estivesse presente porque era o único que eu conseguira identificar por mim e o qual já tinha sido avisado pelo mesmo motivo no início do ano.
Entrou na sala a chorar baba e ranho, levaram um responso, uma lição sobre igualdade e respeito pelos outros, tomaram por eles a iniciativa de pedir desculpa a macaquito que lhe respondeu com um forte aperto de mão e um pedido:
"Agora já brincam comigo no intervalo?"
Ri-me da inocência dele, eles nunca vão brincar com ele, podem deixar de pegar com ele mas vão fazê-lo a outros, duvido muito que a conversa resolva muita coisa, por muito que queira acreditar que sim, continuo a achar que nem todos os pais  fazem a mais pequena ideia dos comportamentos dos filhos na escola e a escola tem culpa porque na maioria das vezes, estas histórias ficam confinadas àquelas paredes.
Conclusões que tiro desta história:
-Falta formação aos professores e auxiliares para lidar com estas situações.
-Os pais (não todos) educam os filhos o melhor que sabem, nem sempre corre bem.
-Os mais fracos, os pequenos, os diferentes, os gordos, os que usam óculos vão sempre levar no totiço.
-Os "mais maus" quando lhes apertam os tomates, são os que choram mais e bufam tudo!!
Talvez tivesse feito melhor se deixasse pai macaco resolver o assunto com um puxão de orelhas nos putos mas não sou capaz, no entanto, tenho de lhe dar razão quando me disse:
"Tens noção que isto está apenas a começar??!"

terça-feira, 12 de maio de 2015

Levem chapéu

Antes de sairmos disse-lhes que não andassem muito ao sol, que estava perigoso. Chego para almoçar e deparo-me com isto.


Da arte


























Eu gostava era de ver esta malta a interpretar obras de arte destas!!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Tão fofos

O fim de semana foi enorme, não em tamanho porque apesar de muito maiores, os dias passam a correr, no entanto este fim de semana foi gigante. Foi rir, rir muito, foram cambalhotas, passeámos, cantámos parabéns e descemos dezenas de vezes no escorrega, caímos e chorámos e demos beijinhos e abraços. E passeámos tanto, no meio do algodão dos plátanos e espirrámos, chorámos de alegria e de alergia, andámos de canoa no rio, rebolámos na relva e de novo espirrámos. E chorámos para voltar para casa porque o tempo não chegou para tudo o que queríamos fazer. 
No meio de tanta volta e revolta, frase que ganhou o fim de semana, macaquita para o seu amiguinho do coração (têm os dois quatro anos):
"Já que somos namorados, podemos dar beijinhos?"
"Não! Só no casamento."

quinta-feira, 7 de maio de 2015

E agora digo o quê?

Quarta é o dia em que vou buscá-lo mais cedo para a terapia ocupacional e deixo-o a seguir no ATL para terminar os trabalhos de casa e volto ao escritório. Conversamos imenso nas nossas pequenas viagens pela cidade, cantamos, fazemos jogos palermas e rimos, rimos muito.
Ontem, quando estávamos a chegar, fazia inversão de marcha mesmo em frente ao infantário e macaquito faz uma pergunta, melhor, ele faz A PERGUNTA:
"Mamã, tu fazes sexo?" ia deixando o carro ir abaixo, fiquei atravessada no meio da estrada , até que tive o discernimento para lhe perguntar onde tinha ouvido aquilo.
"Foi o J. que me perguntou?"
"E tu sabes o que quer dizer?"
"Não!"
"Então mais logo quando chegarmos a casa, falamos sobre o assunto. Mas tens de me prometer que não perguntas isso a mais ninguém, ok?"
"É uma asneira?"
"Não, não é asneira mas não podes andar a perguntar isso às pessoas, prometes?"
"Sim mamã!"
O assunto ainda não voltou a discussão, tendo em conta a trapalhada que fiz sobre a homossexualidade, vou ter de me preparar muito bem para lhe explicar tudo bem explicadinho. 

Dou-lhe um prémio pela honestidade?

Costumo ter no carro um pacote de Trident que vou escondendo em diferentes localizações com o intuito, gorado, de não serem encontradas por macaquita. Manhosa que é, já me descobriu todas as portinholas do carro. Hoje, ao sairmos da escola pergunta-me se tenho pastilhas.
"Ainda bem que falas em pastilhas, quem é que levou um pacote de pastilhas para o quarto e deixou uma meio mastigada em cima da cozinha de brincar?"
"Fui eu mamã!" diz ela muito depressa.
"E pediste a quem para comer pastilhas?"
"A mim!"
"A ti? Sabes bem que não podes comer doces sem autorização! E já agora, de onde tiraste as pastilhas?"
"Do carro."
"Ficas já a saber que tão depressa não vais comer nem pastilhas, nem gomas, nem pintarolas."
"Esquece, tu não te lembras."
"Não me lembro de quê?"
"Do castigo, amanhã já não te lembras!!"

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Da beleza

Não raramente, as pessoas falam de cirurgias estéticas e mais recentemente, o muito na moda, botox. Sempre que esta conversa surge, em meios menos habituais, costumo propositadamente lançar a acha:
"Macaquito já fez botox!"
"A sério? Mas porquê?"
"Obviamente porque saiu ao pai que, ao invés da mãe, não tem uma beleza estonteante. Já repararam como ficou com uma pele lisinha? É assim desde o ano e meio."
"Realmente..."
Depois estrago a surpresa e digo que foi apenas para corrigir o estrabismo, que tinha um estrabismo convergente e que o botox se aplica no músculo do olho para tentar a correcção antes da intervenção cirúrgica.
"Aaaahhhhhh!!"
E depois rio-me sozinha porque isto de ser sempre boazinha vai perdendo a piada com o tempo, hoje fiz isso mais uma vez e ainda me estou a rir.

terça-feira, 5 de maio de 2015