terça-feira, 25 de setembro de 2018

A caricatura perfeita

Fomos buscar umas coisitas ao supermercado, assim que entrámos macaquito corre para uma caixa atulhada de peluches do Gang dos Frescos e abraça-os a todos, faz um discurso para cada um deles, alto, muito alto, tão alto que passados uns minutos havia um grupo de pessoas à volta dele a rir de tanto disparate. Continuo as compras naquele corredor e quando acabo lá o convenço a vir embora. Chegados à caixa, explica ao funcionário que adora todos e cada particularidade daqueles bonecos mas vem embora apenas com os pacotinhos de pontos que, eventualmente, lhe poderão dar acesso ao objectivo final.
Sem abrir, segura-os na mão e entrega à irmã assim que voltamos a casa para que seja ela a abrir e colar os pontinhos na caderneta. Vou para a cozinha preparar o almoço e a dada altura, ele grita-me surpreendido da sala:
-Mãeeee, o avô está aqui! - por momentos fico confusa.
-Qual avô? 
-O avô C. - encosto-me ao balcão meio atordoada, penso para mim o que raio estará o puto a ver. Macaquito tem qualquer coisa de extrassensorial que faço por ignorar, muitas vezes consegue ver coisas e adivinhar outras duma forma que nunca consegui entender mas que sempre associei ao facto de ter um cérebro diferente dos demais.
-Não estou a perceber nada, macaquito.
Corre da sala até à cozinha e mostra-me as cartas.
-Está aqui mãe, nas cartas, o avô está aqui nas cartas. - olho para as figuras e as lágrimas quase me saltam. Ele tem toda a razão, o chef do gang poderia muito bem ser o meu pai. O mais engraçado é que o meu pai era o cozinheiro da família e chamávamos-lhe "Chef Silva".

domingo, 23 de setembro de 2018

Merece crédito pelo engenho

Pai macaco resolveu fazer mousse de chocolate, desvalorizando o facto de ter dado cabo da batedeira da última vez que a usou. Claro que as peças continuam no armário aguardando melhores dias para substituição (começo a perceber aquelas pessoas que guardam todos os tarecos, nunca se sabe quando podem fazer a diferença!)
-Então e agora como faço?
-Bates a mousse à mão, antigamente não havia batedeiras. -digo-lhe eu já adivinhando que havia de sobrar para mim. Fui à cozinha, juntei a quantidade de leite necessária e fui mexendo até me doer o braço.
-Vá, agora acaba que já me dói o braço.
Depois de experimentados todos os dispositivos eléctricos disponíveis na cozinha, desde a varinha mágica ao pé de puré e nada satisfazer os seus intentos, dou com ele a fazer isto...



Digam lá que o meu companheiro não é uma pessoa cheia de ideias?