Entrou na cozinha apressado nos gestos e nas palavras.
-Mãe, hoje enquanto eu estiver na escola tens de escrever um poema.
-Um poema? Não estou a perceber. -retorqui.
-Desculpa. - disse num tom mais baixo e abraçou-me, sussurrando no meu ouvido um "Bom dia mamã!"
Encheu-se de energia e recomeçou:
-Agora sim, hoje tens de escrever um poema. Tem de ser muito bonito, no final tens de escrever "gosto de ti e quero que gostes de mim". Também tens de pôr uma flor mas não é desenhada, é uma flor a sério... Não! Deixa, eu trato da flor, isso é trabalho para mim.
-Macaquito, não estou a perceber nada. Mas que poema é esse? Se for um trabalho da escola, posso ajudar mas não posso fazer por ti. - sabia exatamente o que ele pretendia, no entanto, dá-me um certo gozo puxar por ele.
-Ó mãe, tu sabes... Não é da escola, é para... tu sabes... Se eu lhe der um poema, ela vai gostar de mim.
-Isso não funciona assim, um poema pode ajudar mas também pode não resultar. Além disso, não posso fazer essas coisas por ti.
Ficou pensativo, tomou o pequeno-almoço, preparou-se para a escola e já a sair de casa, com um pé no elevador, insistiu.
-Até logo, não te esqueças do que tens de fazer, depois no fim de semana, eu vou lá de bicicleta pôr na caixa do correio.
está apaixonado, tão bom. Espero que a flor e o poema sejam bem recebidos.
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