segunda-feira, 27 de julho de 2020

Uma nova terminologia farmacêutica

Nas urgências do hospital com macaquita:
-Mãe, vou ter de fazer o teste do vírus? - pergunta ela preocupada.
-Não te posso garantir que não mas a enfermeira disse que à partida não terás de fazer.
-Se eu tiver de fazer como é que é?
-Não te preocupes, é só pôr um cotonete no nariz para tirar um bocadinho de ranhoca. - digo eu descontraidamente para que não se assustasse. Ficou em silêncio com um ar pensativo. Passados dois minutos, diz-me em surdina com um tom ligeiramente preocupado.
-Mãe, eu tenho o salão limpo!
-Sem problema, eles não precisam dos macacos para nada. - sussurei-lhe ao ouvido.
Já no gabinete médico a suspeita de otite confirmou-se e o médico muito simpático diz-lhe que lhe vai passar um antibiótico e que vai ficar boa num instante.
-Também me vai receitar lápis de cera para o rabo? É que eu não gosto nada disso! - atira a medo.
-Ninguém gosta de lápis de cera para o rabo, mas fica descansada que eu vou passar um xarope. - respondeu ele sem conseguir parar de rir.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Noves fora, um!

Serão sempre poucas as palavras para te descrever de tão complexa que és, pareces feita de opostos, sempre à deriva com o livro de instruções na mão, inocente mas cheia de certezas, sagaz e insegura, de uma rebeldia doce e meiga, abraço fácil, opiniosa e disposta a ouvir quem sabes que te ama. Este amor foi tão fácil de construir, cresce desmesurado adubado de cumplicidade, tu que és o meu braço direito, o meu comprimido para dormir, a minha gargalhada fácil, o porto de abrigo quando tudo parece correr mal. Serás sempre indubitavelmente bonita por dentro e por fora, mesmo nos teus laivos de adolescência precoce que suporto porque não tens culpa de te teres feito crescida tão depressa. Que os teus sonhos sejam sempre preenchidos com as cores que pintas, parabéns miúda.