quarta-feira, 21 de março de 2018

"Chega de tragédias e desgraças"

Ainda não me saiu da cabeça aquele momento, o momento em que, contra todas as minhas expectativas, subiste os degraus daquele palco, te apresentaste e à tua música e desataste a cantar. Confesso, que por mais que acredite em ti, naquele momento uma panóplia de cenas disparatadas me passaram pela cabeça, afinal quantas vezes já me fizeste rir com os teus despropósitos ou as tuas saídas inusitadas?
De repente dou comigo com uma câmara de filmar na mão, cuja bateria me esqueci de verificar e claro, sejamos realistas, estava descarregada mas que também não me serviria de nada com a carga toda pois que as minhas mãos tremiam mais que varas verdes.  Só ali percebi o quão nervosa estava mas rapidamente passei do estado de mãe neurótica ao de mãe arrebatada pela tua postura segura, pela tua voz bonita, pelo teu fado alegre e pelo teu vestuário demasiado composto apesar da gravata demasiado pequena mas azul, ninguém me tira que a vermelha é que ficava bem, e eu nem gosto de camisas e gravatas, mas azul foi a que escolheste, é a que escolhes sempre e fica-te mesmo bem.
Se não te tivesse, juro que só me restava a escapatória de vinho rasca e muito graduado para me fazer tão feliz. Mas esqueço a realidade que são as nossas tragédias presentes e fico-me fascinada pela tua vontade de vencer numa vida que nem sempre te foi generosa mas à qual te agarraste com mãos e pés fincados, deixando para segundo plano as tragédias e as desgraças.

2 comentários:

  1. Pagava para assistir, juro!
    Macaquito a cantar o fado?! Que maravilha... :)
    Sem dúvida, a força e alegria deles dá-nos alento.
    Nós sabemos todas as coisas maravilhosas que eles guardam, tão escondidinhas lá dentro, e "os outros", oh, "os outros" não percebem nada... Também eu me perco a rir com as conversas tontas que tenho com o António, com o piscar de olho cumplice, com os vídeos youtube nonsense que nos fazem rir tão alto que o pai não consegue ouvir a tv e se irrita (ainda nos rimos mais, pois).
    Meu Deus, a cantar o fado! Só podia correr bem!!!

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    1. E canta tão bem. E sim, é essa cumplicidade que a maioria nem percebe. Já vi que me entendes ;) Beijos para ti e para o António.

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Dá cá bananinhas!