terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Difícil é sair sem me rir

Vamos beber um café na esplanada perto de casa porque é fim de semana, o pai ainda dorme e o sol que nunca nos chega a casa, bate de frente nas cadeiras e mesas alinhadas na varanda do café. Ali quase ninguém se conhece além do bom dia ou a conversa de circunstância, no entanto cada um senta-se onde estiver um lugar vago mesmo que isso implique estar na mesa de um desconhecido. Calhou-me ficar entre um senhor de idade que nunca vira antes e de uma vizinha do prédio do lado, que trocam umas palavras às quais não presto atenção. Aqueço as mãos na chávena e o calor do sol aquece-me os pés, dou uma espreitadela no jornal e os miúdos correm por ali, voltando apenas para irem largando os gorros e casacos. A meio das brincadeiras, macaquito tira dois segundos para cumprimentar todas as pessoas presentes. E de repente, sem apelo, nem agravo:
-Cavalheiro, porque é que está a olhar para a minha mãe?- atira sem perceber que o senhor está a conversar com a senhora duas cadeiras à frente e que só olha na minha direcção porque calha eu estar no "caminho", o senhor fica tão constrangido que só consegue balbuciar qualquer coisa imperceptível. Já eu, aproveito a deixa para me raspar de mansinho.

6 comentários:

Dá cá bananinhas!