terça-feira, 3 de novembro de 2015

A fotografia

Gostava de conseguir passar para papel todas as histórias de macaquito, cada apontamento, cada graçola, cada mimo ou abraço inesperado. Costumo dizer que com ele estou sempre a rir ou a sorrir, todas as pessoas que o conhecem e com ele convivem têm uma tolice para contar. Já pensei "chipá-lo", anexar-lhe um gravador de dados, ligar-lhe uma pen 24 sobre 24, que ele até de noite tem graça.
Chego à escola e diz o porteiro "Sabe, o seu filho é tão engraçado, hoje...", vou buscá-lo à Academia e "O macaquito hoje....", vejo uma mãe de um qualquer amigo "O teu filho disse-me...", os meus amigos "O puto é demais....". Até nos dias maus e nas reacções menos boas as pessoas lhe vêem graça, eu não, sou pouco permissiva em relação ao mau feitio e à má-educação, não o desculpo com base na doença, sou dura, castigo se é de castigar mas perdoo sempre. No entanto, espero sempre o inesperado, não me envergonho de coisas que ele faz que poucas pessoas compreendem mas tenho de estar sempre atenta porque a qualquer momento sai asneira. 
No sábado, enquanto tirávamos aquela foto de grupo típica dos casamentos, macaquito ia mandando bitaites para o ar.
-Estamos prontos! Então senhor fotógrafo? Já pode tirar. Todos a sorrir. Já está? 
Finalmente a foto foi tirada e macaquito perguntou-me se podia ir falar com o fotógrafo, senhor com idade de avô (as suas pessoas preferidas), disse-lhe que sim mas fui atrás dele já prevendo algum disparate.
Arranca a correr, chega ao pé do senhor dá-lhe um abraço pela cintura, apertado e genuíno e diz na voz meiga que lhe é característica.
-Muito obrigado por nos ter tirado esta linda fotografia, fico muito grato.
O senhor embaraçado, olhava para mim e para ele sem saber o que dizer e eu sorri-lhe, peguei macaquito pela mão e segui como se não fosse nada. Mas é muito, não é? Acredito que é mais alguém que se vai recordar do meu macaquito por uns tempos.

2 comentários:

  1. É demais Be, demais. E tu nasceste para ser mãe desse miúdo pá.

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    1. Costumo dizer que se ele tinha de calhar com alguém, ainda bem que foi comigo. Sinto-me uma privilegiada por tê-lo na minha vida.

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Dá cá bananinhas!