segunda-feira, 15 de junho de 2015

2+2

Quando ergui as paredes da minha vida, fi-lo ansiosamente, mal podia esperar para chegar ao telhado. Juntei naquelas quatro paredes todos os sonhos de criança com os adulta resoluta que sempre fui, tinha pressa de os tapar não fosse o sol ou a chuva estragá-los de uma assentada.
Faltava o chão, tinha de ter chão debaixo dos pés pois nem sempre os pés se querem assentes na terra. "Vamos pô-lo bonito e brilhante e fácil de lavar, sabes como sou desastrada e as manchas querem-se efémeras."
Depressa percebi que a vida se constrói devagar, os alicerces obrigam-se sólidos,  sob o risco de rupturas. Tenho comigo que os bibelots ficam na montra da loja, não almejo brilhos fora os que encontramos quando os nossos olhos se cruzam.
Faltava qualquer coisa, falta sempre qualquer coisa. Posto isto, preenchemos lacunas com mais vida, dessa vida que nos deixa entre o choro e o riso em segundos, a vida que nos faz felizes, a mesma vida que nos faz zangar e pôr em causa se é nesta casa que queremos morar.
Já nos desmoronámos, já nos reconstruímos, os sonhos, esses são os mesmos nos dias sim e são outros nos dias não. Olho para trás e vejo o depois, depois disso só nos vejo a nós e os quatro braços que nos enlaçam. Trazes mais um tijolo?

2 comentários:

  1. Querida Be,
    Aniversário de casamento? Felicidades aos oito braços.
    Beijos,
    Outro Ente.

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    Respostas
    1. Somos um polvo!!
      Obrigada mas sou enamorada não casada, comemoro quando me dá na gana. (Já lá vão 21.)
      Beijos

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Dá cá bananinhas!