quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Agora mais a sério

Não sei quantas pessoas me lêem, sei que são algumas, para mim basta para a mensagem que pretendo passar. Reúno neste blog o que antes (e agora também mas menos) escrevia no meu cadernito, assim à laia de diário para mais tarde recordar e poder mostrar aos macaquitos quando crescerem.
Escrevo também com a esperança que posso mudar alguma coisa no que diz respeito à diferença, espero que as pessoas entendam que ter um filho especial não é o fim do mundo, é sobretudo uma lição de vida.
Macaquito ainda não percebeu que é diferente dos outros meninos, a irmã também não percebeu que o irmão é diferente dos outros meninos, apenas não percebe porque é que começou a calçar-se e a vestir-se primeiro que ele, visto que ele é muito maior. 
Mas alguns meninos da escola dele, já perceberam muito bem e fazem questão de demonstrar e ele não entende porque lhe chamam deficiente, sabe que é "mau" mas não sabe o significado. Digo-lhe que é a mesma coisa que quando eu lhe chamo "trollito" ou "tarola", para não ligar, que é tudo a brincar.
A primeira vez que senti na pele que o meu filho era diferente, digo sentir porque sentir é diferente de saber ou aceitar, ele tinha 5 anos e não foi uma criança que lhe chamou um qualquer nome "mau", foi uma mãe que teve uma atitude muito feia. Fez-me pensar no porquê, em que altura da vida nos tornamos preconceituosos porque até àquele dia nunca macaquito tinha sido posto de parte por outras crianças, foi um adulto o primeiro a fazê-lo. Limitações todos temos, o preconceito não é inato, então a partir de que idade é que começamos a dar pela diferença? O vídeo que se segue dá-nos umas luzes... 

https://www.youtube.com/watch?v=WB9UvjnYO90&app=desktop



2 comentários:

  1. São sempre os adultos a mostrar o preconceito, as crianças se conviverem com a diferença acham-na normal. Mesmo que por vezes chamem nomes com "deficiente", por isso eles chamam também aos amigos ditos normais quando se zangam uns com os outros.
    Quando o meu filho foi para o primeiro ano, a professora teve de dizer às crianças que não tinha meninos suficientes (fez o trocadilho com o que eles chamavam ao meu Xande e à sua amiguinha) que os meninos dela era todos bons. Os pais quando vinham falar com ela perguntavam que história era a dos meninos suficientes. Assim ela conseguiu convencer os pais (não todos claro) a deixarem de se referir ao Xande e à A. como deficientes.
    Não todos, porque uma mãe exigiu que a filha mudasse de turma penso que no 3º ano porque naquela turma haviam muitos deficientes. Uma mãe que não aprendeu com a filha, que lidava com eles de forma super atenciosa e meiga, que quis vir à festa de anos do Xande e deu a entender que não o podia convidar para a dela por causa da mãe.
    Mas agradeço que isto são apenas casos pontuais em quase 15 anos de vida do Xande, ele é um jovem feliz acarinhado por todos, quer nas escolas, no ATL ou nas atividades extra-curriculares.
    Gosto muito de ler este blog, continue a partilhar as suas histórias de vida, que mostram aos que ainda se escondem que todas as familias são diferentes, um filho especial não é o fim do mundo mesmo, os ditos normais por vezes dão imenso trabalho. Temos de agradecer e viver com intensidade todos os bons momentos, as pequenas/grandes vitórias que nos dão coragem para superar os dias menos bons.
    Beijinhos

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    1. Obrigada também pela partilha, faço por partilhar as coisas divertidas porque tal como o seu Xande, macaquito é um miúdo feliz que me faz muitooooooooooooooooo feliz. Mas há coisas que me tocam, obviamente, o preconceito é uma delas. Beijinho

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Dá cá bananinhas!