Era também quente o Outubro quando há dezasseis anos me passaste essa responsabilidade enorme de te ver crescer. As dúvidas são
outras, o nó na garganta aperta mais nuns dias que noutros, é deitar-te a mão
sempre que consigo e deixar-te cair quando o chão chega mais rápido que o colo,
é sobretudo perceber que és o mais genuíno dos ingénuos, o que preenche os
espaços em branco de emoções, o que se importa com os outros e que se perturba
no sono por caber demasiado em sapato alheio. Não me fico pela tua empatia,
essa é a tua maior vulnerabilidade, relevo-te a gargalhada fácil, o sorriso
constante, as palavras que desmesuradamente dizes mesmo quando nada do que
dizes parece fazer sentido, peço desculpa por nem sempre as compreender, por
perder a paciência. E as parvoíces, acho que se alguma vez tiver de sentir saudades,
será sempre das nossas parvoíces.
Parabéns palerma, estás mesmo muito crescido!