Ironia do destino, pela segunda vez este ano macaquito também foi vítima de colegas parvos, que eu saiba é a segunda vez este ano porque ele conta tudo mas isto não, suponho que o ameacem. Pensei em escrever sobre o assunto mas surgiu a polémica do vídeo, o qual não vi nem tenho vontade de comentar, daí guardei o post nos rascunhos, até hoje.
Uma manhã desta semana fui levar macaquito à escola e por andar desconfiada que algo não corria bem, fingi que ia para o carro e voltei atrás. Pumba, lá estavam os 3 ou 4 rufias do costume a rodeá-lo e ele levantava o pescoço e gritava com eles, reacção que tem sempre que sente medo. Verifiquei que chegava em segurança e pensei e repensei o que deveria fazer. Conclui que seria melhor perguntar-lhe na escola, com a presença de professores e auxiliares pois já referi o assunto demasiadas vezes e nunca foi tido em grande conta.
Assim fiz, a muito custo lá disse que lhe chamavam deficiente e autista, palavras que nunca usamos em casa e que ele nem sabe o significado. Pediram-me que no outro dia de manhã identificasse as crianças, porque é de crianças que falamos, são meninos com 9/ 10 anos no máximo, para que o assunto fosse resolvido.
Levei-o pela mão à escola e assim que chegámos ao portão de entrada, reconheci um dos meninos e chamei-o, ficou vermelho, olhos brilhantes e perguntava porquê. Disse-lhe que não precisava de sentir medo, que íamos apenas conversar. Sem lhe perguntar nada, enquanto aguardávamos pelas professoras, que nem mini-bufo debitou o nome de todos os amiguitos da maldade.
"Eu não fiz nada ao Macaquito, foi o X, o Y e o Z..."
" Ainda bem que sabes quem são, assim podes dizer isso aqui à professora e também sabes o nome dele mas não é isso que lhe chamas, pois não?"
Quando a professora chegou, a auxiliar foi com o tal menino chamar os outros e voltou sem ele. Perguntei por ele e a criança, de esperto que é, acusou os outros mas afirmou que não tinha nada a ver com assunto. Reiterei no pedido de que estivesse presente porque era o único que eu conseguira identificar por mim e o qual já tinha sido avisado pelo mesmo motivo no início do ano.
Entrou na sala a chorar baba e ranho, levaram um responso, uma lição sobre igualdade e respeito pelos outros, tomaram por eles a iniciativa de pedir desculpa a macaquito que lhe respondeu com um forte aperto de mão e um pedido:
"Agora já brincam comigo no intervalo?"
Ri-me da inocência dele, eles nunca vão brincar com ele, podem deixar de pegar com ele mas vão fazê-lo a outros, duvido muito que a conversa resolva muita coisa, por muito que queira acreditar que sim, continuo a achar que nem todos os pais fazem a mais pequena ideia dos comportamentos dos filhos na escola e a escola tem culpa porque na maioria das vezes, estas histórias ficam confinadas àquelas paredes.
Conclusões que tiro desta história:
-Falta formação aos professores e auxiliares para lidar com estas situações.
-Os pais (não todos) educam os filhos o melhor que sabem, nem sempre corre bem.
-Os mais fracos, os pequenos, os diferentes, os gordos, os que usam óculos vão sempre levar no totiço.
-Os "mais maus" quando lhes apertam os tomates, são os que choram mais e bufam tudo!!
Talvez tivesse feito melhor se deixasse pai macaco resolver o assunto com um puxão de orelhas nos putos mas não sou capaz, no entanto, tenho de lhe dar razão quando me disse:
"Tens noção que isto está apenas a começar??!"