Tudo o que ele quer é ser. Ser amigo, ser colega, ser aluno, ser filho, ser parte. De alguma coisa. Ser da turma, ser da escola, ser da equipa, ser da família. Sem filtros, sem rodeios, sem fingimentos.
Tudo o que lhe pedimos é que seja igual aos outros quando nós, os outros, queremos todos ser diferentes. Tudo o que lhe pedimos é que se submeta às regras bacocas e hipócritas duma sociedade pouco consciente e perversa, que, no entanto, sabemos estar a descambar e mesmo assim pedimos.
Que não tenha discursos disparatados, "ninguém percebe onde queres chegar...".
Que não sacuda as mãos, "parece que vais voar…"
Que não se isole, "assim não vais ter amigos…"
Que não se pendure "estás a ser aborrecido…"
Que não conte coisas "falas demais…"
Que não se feche "tens de dizer o que sentes…"
Vivemos de causas inúteis com a função única de conquistar audiências mas esse não é o mundo dele como não deveria ser o de ninguém. Se tudo o que ele quer é fazer parte, porque não preservar esse querer, de ser de toda a gente, igual a toda a gente mesmo igual aos que só querem ser diferentes.
Se tudo o que ele quer é SER, deixem-no ser, o que é, como é! Livre, imperfeito e genuíno.
Sim, era muito bom que pudéssemos ser todos o que somos na essência, sem sermos o que esperam de nós, sem o tão aclamado politicamente correcto.
ResponderEliminarGrande abraço ao seu adolescente
E podemos, acabamos por estar é mais formatados porque já somos "burros velhos" mas temos de os deixar ser e educar nesse sentido. Abraço de volta
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