domingo, 11 de março de 2018

Como se pode viver devagarinho, assim sem pressa de chegar a destino nenhum, diluindo o tempo em coisa nenhuma, alimentando pequenas esperanças que se prolongam nos dias e que nublam os receios inerentes a uma vida cheia de nadas. Receita simples diria, permito-me preencher os vazios, que são tantos, com fantasias de crianças que são sempre de luz, de cor e gomas. É inventar outros sonhos, diferentes dos que tinha quando tudo corria bem, é não ter medo de os perder, os sonhos, nem deixar que a angústia prevaleça. É preencher o silêncio de músicas antigas, antes que este te perfure o juízo. É dançar a três na cozinha, extravasar os demónios com coreografias malucas que arrancam gargalhadas e corrompem as saudades. É esquecer o oportunismo de quem te comeu a carne e agora lança para longe os ossos e acreditar que os sonhos que agora se fazem esperar, se realizarão de mansinho, como um raio de sol que desperta envergonhado mas radioso e que os demónios que te consomem cairão em si de razão e se desvanecerão para te deixar renascer.





1 comentário:

Dá cá bananinhas!