Tenho tanto em mim, tantas coisas para te dar e o tempo escasseia ou talvez passe a correr. Se pudesse, ou soubesse como, mandava prolongar os dias, apenas para te dar mais tempo, tempo que não tenho e que sei que te falta. Dois dias, souberam a pouco, mesmo que por momentos tivéssemos parado o tempo. Obrigo-te a crescer depressa demais, sei que o vou lamentar um dia mas sei que há-de sempre haver um tempo, em que o meu tempo é todo teu. Valha-nos este amor enorme, que pára os ponteiros do relógio, regressamos a um passado que nunca tivemos e somos mãe e filha no singular.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
terça-feira, 21 de novembro de 2017
Composição sem título
Era uma vez um urso pardo corajoso que vivia numa casa cheia de ursos medrosos. Um dia ia a passear e viu um rapaz pendurado na varanda.
-Socorro! Os cavalos estão a atacar.- gritou o rapaz.
-Vou já salvar-te. -disse o urso.
O urso repara numa girafa que vai a passar, abanou-a com a pata e ela fica zangada:
-Urso, por que é que fizeste isso?
-Não te queria assustar, depressa, traz-me aquele trampolim. - diz o urso para a girafa.
O urso põe o trampolim debaixo da janela e diz:
-Podes saltar, eu estou aqui.
Ele salta, bate no trampolim e cai nos braços da mãe que vinha a chegar da França.
O urso salvou o dia.
-Socorro! Os cavalos estão a atacar.- gritou o rapaz.
-Vou já salvar-te. -disse o urso.
O urso repara numa girafa que vai a passar, abanou-a com a pata e ela fica zangada:
-Urso, por que é que fizeste isso?
-Não te queria assustar, depressa, traz-me aquele trampolim. - diz o urso para a girafa.
O urso põe o trampolim debaixo da janela e diz:
-Podes saltar, eu estou aqui.
Ele salta, bate no trampolim e cai nos braços da mãe que vinha a chegar da França.
O urso salvou o dia.
FIM
Como poderão ver pelas imagens, este é um trabalho onde é suposto organizar ideias antes de iniciar a composição. Tendo em conta a confusão que vai naquela cabeça e o facto de ele não ter pensado 10 segundos sequer para cada frase antes de começar a escrever o texto, acho que merece um 20 pela forma como conseguiu interligar todos os personagens e a missão em si.
E o que nos divertimos enquanto o fazia, ele escrevia as falas e depois "obrigava-me" a repeti-las em tom teatral para depois nos rirmos os dois à gargalhada.
Há trabalhos de casa que são gratificantes mesmo que nos roubem meia tarde de um fim de semana.
E o que nos divertimos enquanto o fazia, ele escrevia as falas e depois "obrigava-me" a repeti-las em tom teatral para depois nos rirmos os dois à gargalhada.
Há trabalhos de casa que são gratificantes mesmo que nos roubem meia tarde de um fim de semana.
domingo, 12 de novembro de 2017
domingo, 5 de novembro de 2017
E vão 3
Entrei na cama de mansinho, sempre que estamos sozinhas muda-se de armas e bagagens para o meu aconchego e na sua bagagem levava o seu terceiro dente e uma pequena fada em papel que desenhou e arrumou meticulosamente debaixo da almofada. No silêncio apenas ouço a sua respiração pesada que me dá a confiança para fazer a troca e perpetuar o ritual de magia que ainda lhe preenche os sonhos.
De manhã sou bombardeada com as perguntas de sempre.
"Viste a fada?"
"Ela levou o desenho, achas que gostou?"
"As fadas levam os dentes para comer ou transformam-nos em estrelas?"
"Os teus dentes ainda estão no céu como os meus ou já desapareceram?"
"As estrelas que são dentes, são como o sol?"
Não tenho a lição bem estudada, invento respostas à medida que as perguntas surgem, por isso nunca dou duas vezes a mesma resposta, não obstante, ela acredita piamente em todas elas, mesmo as mais atabalhoadas e eu comovo-me com essa ingenuidade.
Vou continuar a povoar os sonhos deles de magia e histórias da carochinha, mesmo que mal contadas e com pormenores dúbios, por aqui vão existir fadas, pais natal e duendes, renas coxas que mudam de nome a cada ano, coelhos falantes e dedos que adivinham os seus disparates até que tenham 20 anos, ou talvez menos... E eu vou continuar a acreditar que eles serão sempre meus até quando me dizem em resposta a um mimo " ahhhhhh, eu já não sou bebé!"
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Ele não come doces
Nem bolos, por causa das intolerâncias alimentares mas cumprindo a tradição lá foi com a irmã pedir os bolinhos pela manhã. A aldeia é grande mas eles vão sozinhos pois não saem da rua onde temos a casa, vizinho sim, vizinho não, um ou outro familiar até que chegaram à casa de uma prima com cerca de 90 anos.
"Bolinhos, bolinhos, à porta dos santinhos"
-Oh, que pena, não tenho bolinhos mas tomem lá um dinheiro.
-Dinheiro? Não é para dar dinheiro, hoje é dia de bolinhos.
E voltaram para casa de bolsos vazios mas com "umas bolachas tontas" na saca como a tia fez questão de nos vir contar.