Ao primeiro olhar, quando trocámos um bom dia
e um beijo, detectei-te uma ruga, logo ali, no canto do olho mesmo
por cima daquela mais pequenina do ano passado. Devias franzir menos
a testa, os amargos que te assolam têm tanto de incoerentes
como de injustos, a vida tem-te sido madrasta, filha da puta mesmo,
isso não é culpa de nenhum de nós e por isso
devias franzir menos a testa. Já não sei ser gentil, já
não sei consolar-te, já não consigo ser a tua
melhor amiga, nem absorver as tuas dores, quando tudo o que queria
era ter-te pequenino e poder embalar-te no colo, soprar-te os
arranhões e dar-te outros olhos para poderes ver a vida, mesmo
esta, filha da puta, da mesma forma que eu vejo. Conhecia-te gentil e
inseguro, meigo e parco de palavras e intensamente divertido, sinto
falta disso, sei que a vida, essa, a filha da puta, escondeu o melhor
de ti mas também sei que não o levou, consigo vislumbrá-lo
nos teus olhos quando brincas com os teus filhos.
Espero que a solidão nos teus silêncios
encontre companheira junto de mim, espero que os dias te sejam mais
gentis, espero saber o que fazer e dizer para que te sintas mais
feliz, espero tudo de ti que da filha da puta da vida já não
espero grande coisa. Espero que franzas menos a testa que daqui a um
ano não te quero contar outra ruga.
Grande irmã/amiga/o que fores, Be <3
ResponderEliminarÉ mesmo amor Blue, uns parabéns cheios de amor...
EliminarOh, como compreendo este seu lindíssimo testemunho. Sinto-o na pele, mesmo...
ResponderEliminarSomos todas diferente e todas iguais, nós, as Mães dos meninos que são iguais a si próprios (e maravilhosos, como todos os outros, cada um maravilhoso à sua maneira...)