segunda-feira, 31 de julho de 2017

Tudo fixe!


O prazer das pequenas coisas ou de como a vida é fixe.


domingo, 30 de julho de 2017

Algodão doce e palavras

Nunca saio de coração a abanar, os mimos do fim de semana preenchem-me as faltas da semana, as saudades que me consomem os dias, desvanecem-se ao primeiro abraço. Ouço-lhes as gargalhadas e colecciono sorrisos, não descuro mazelas irrelevantes, opto por sará-las com beijos na testa ao invés de Betadine. Volto a casa de barriga cheia, importa saber que por mil motivos que tenha para me sentir infeliz, o cheiro doce dos seus cabelos, os olhos grandes cheios de sorrisos e o aperto dos braços são razões de sobra para descurar  as faltas da vida. Adormeço ao domingo como se tivesse 5 anos e tivesse acabado de receber uma caixa de caramelos, amanhã começam os amargos de boca.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Macaquita é um cromo... dos difíceis!

Enquanto lia a capa de um livro.
-Porto Editora... o que é porto Editora mamã?
-É a loja que faz os livros.
-É uma fábrica de livros?
-Não é bem,. É onde decidem o que vai ser feito, os desenhos, os textos, as capas, depois os livros vão para a fábrica para serem impressos.
-Pensava que era um senhor que fazia os bonecos à mão e depois colava as páginas. Eu já vi fazer isso.
-Sim, antigamente os livros eram feitos à mão, hoje em dia são feitos em fábricas que se chamam tipografias.
-E no Inverno?


Hâ?!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Fim de semana de festa, literalmente

Ou quando uma festa de aniversário se converte num acampamento.
Numa casa de 4 quartos, 3 camas de casal e uma de solteiro, ou seja, 7 lugares deitados, consegui  pôr 9 crianças e 3 adultos a dormir confortavelmente. Com planos para 5 a logística foi complicada mas nada que colchões no chão e muita boa vontade não resolvam em 5 minutos. Adormeceram já passava da uma da manhã, após uma tarde de piscina, terra nos pés, bicicletas e muita brincadeira.. 7 e pouco, os primeiros começaram a dar sinal de vida, pelas 9 da manhã reinava a confusão, entre torradas e pães de leite, sumos e leite com chocolate. Roupa por todo o lado, fatos de banho e chinelos, toalhas, protector solar e pelas 10 da manhã a piscina estava lotada. Antes do almoço, chegam os reforços do babysitting, os avós oficiais dos meus que se converteram nos avós emprestados de todos os outros, panela de sopa, tacho de arroz e muita carne grelhada. Os adultos começam finalmente a comer e metade da canalha já está de molho de novo. O fim do domingo chegou com uma piscina preta, um bando de putos sujos, torrados e felizes e ainda a certeza de algo que já sabia, os rapazes só falam connosco quando querem comer, as miúdas são umas chatas, amuam umas com as outras por coisas sem jeito nenhum e fazem muitas queixinhas. Pela primeira vez em anos, não tive de congelar sobras. Começámos a festa de aniversário na sexta, terminámos no domingo, fica o aviso:
Quando se começarem a casar, nem os ciganos nos batem!



segunda-feira, 17 de julho de 2017

Com um dia de atraso, o amor de uma vida

Venho aqui uma vez por ano para te dizer por palavras o quanto te amo, nos outros trezentos e tal digo-te com beijos, abraços e ralhetes. Passaram já sete anos e continuo a amar a tua pirosice, os teus cor-de-rosa com brilhantes, os laivos de diva e até o mau feitio ao acordar. Nada podia ser mais generoso e honesto que o nosso amor pois apesar de todos os arrufos entre nós, ainda o fervedor está quente e já me enrolaste os braços à cintura e eu devolvo-te o consolo no mesmo instante. Aproveitas todas as oportunidades para me fazeres perceber que a atenção que vos dou, nem sempre está bem distribuída e apesar de entenderes que dificilmente ganharás, fazes questão de mostrar que nunca baixarás os braços na tua luta quixoteana pela supremacia do meu tempo.
Sei tudo do teu sorriso, percebo a lágrima que ainda não te assomou o olho ou o disparate escondido debaixo de um tapete, conheço-te cada gesto e cansa-me a tua ingenuidade disparada em mil perguntas seguidas mas tenho a certeza que me estavas destinada porque mesmo quando estás a dez segundos de mim, sinto saudades apenas porque sim.


terça-feira, 11 de julho de 2017

Ele é tão literal

Enquanto matávamos saudades ao telefone, macaquito começa a ralhar comigo.
-Sabes mãe, não sei o que andas a fazer, estou sempre a ligar do telefone do avô e tu tens SEMPRE o telefone desligado.
-Não pode ser, deves ter-te enganado a marcar o número, eu tenho SEMPRE o telemóvel ligado.
-Na na na na na, eu marquei bem o número, aparece aquela senhora e diz "o número que ligou não está atribuído" e desliga-se.
-Vês? Se aparece essa senhora é porque marcaste o número mal. Diz lá o número que marcaste.
-9XX XZD XXX
-Pronto, está explicado, não é ZD, é DZ. Isso nem parece teu.
-Ah, pois é mamã. Desculpa... - diz-me com uma voz muito triste.
-Sabes o que me apetece fazer-te agora? Roer-te as duas  orelhas ao mesmo tempo. - digo em tom de brincadeira.
-Oh mãe, não dá. Tu não vês que tenho uma ocupada com o telefone? Se não como é que podia estar a falar contigo?!

domingo, 9 de julho de 2017

Como os programas de televisão condicionam o nosso dia-a-dia

Brainstorm ao pequeno-almoço.
-Macaquito, o que queres comer?
-Não sei, decide tu.
-Torrada, tosta, papa…
-Vou trancar a resposta papa.

….

….

….

-Papa é a resposta correcta

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Armários, portas, cacifos...

Já lá vão uns meses desde a história do "magnifique" depois da adaptação a essa rotina que foi a de se fechar no armário em casa e falar uma espécie de francês, todos os dias antes de se deitar, outras daí advieram, entre as quais a de se fechar nos cacifos da piscina sempre que vamos às aulas de natação. Aproveita sempre o momento em que arrumo a tralha na mochila para se fechar num cacifo sem fechadura e fazer um pequeno teatro comigo em que ele assume o papel de Monsieur Magnifique, génio malvado que me rapta macaquito e o leva para o deserto ou para o espaço,  apenas depois de eu fazer um monólogo zangado com a porta do armário, lá aparece um macaquito feliz por estar de volta. 
Ora numa das aulas de macaquita, em que tive de o levar também, enquanto eu ajudava a irmã a vestir o fato de banho ele ficou sentado num banco a aguardar. No meio da confusão de um balneário infantil cheio de meninas começo a discernir um tum tum tum pouco habitual, levo dez segundos a processar até que resolvo procurar no lado oposto ao que nos encontramos e para espanto de todas as mães que ali se encontram, sai um rapaz muito esbaforido e atrapalhado de um cacifo que tinha uma fechadura funcional. Desta vez não lhe saiu nada em francês tal foi a aflição que passou quando percebeu que estava trancado.
Passado uns tempos, noutro dia de piscina, no curto caminho que separa o estacionamento da porta principal, deixei de o ver. Corri para dentro do complexo e nada, perguntei a todas as pessoas que ali se encontravam e nada, agarrei no cartão dele, passei nos torniquetes na esperança de que estivesse no balneário à minha espera, entrei e nem sinal dele, paniquei. Voltei atrás e nada, volto ao balneário e chamo por ele e nada, até que de dentro do cacifo (o tal sem fechadura) sai um macaquito todo nu, a falar francês. 
-Conseguiste  despir-te sozinho?! Muito bem, para a próxima vamos tentar isso fora do armário, ok? - foi a única coisa que consegui dizer, sem me rir não vá este disparate tornar-se rotina também.


domingo, 2 de julho de 2017

Não era Tony mas teria sido igual

Vou buscá-los a casa dos avós, antes de seguirmos lembro-me de ir ao centro da cidade resolver um assunto. Na praça central grande burburinho com o check sound de uma banda que vai tocar nessa noite, grupo habitual e querido na cidade, uma coisa a roçar "Tony Carreira e os seus muchachos" mas com menos azeite. Macaquito atravessa a praça sem ligar ao que se passa e estranhei, até perceber que seguia concentrado na sua demanda de me ajudar a chegar a horas. De volta ao carro passamos de novo perto do palco onde a banda continuava a ensaiar, desta vez não lhe passou ao lado, arrancou para a frente do palco e chama pelo vocalista.
-Tony Carreira, posso cumprimentar-te? 
-Claro que sim mas dá a volta, sobe ao palco ali nas escadas e anda até aqui. - macaquito assim fez, subiu ao palco deram um grande aperto de mão, trocaram meia dúzia de palavras que não percebi e o pequeno voltou pelas mesmas escadas que tinha subido. Ali ao lado, estava o resto da banda, os seguranças e roadies e macaquito assim que pisa o chão, vira-se para eles e diz seguro de si.
-Sabem, o Tony Carreira é o meu fã nº 1!