Estou feliz, fico feliz com coisa pouca, talvez não seja assim tão pouca, esta coisa. Já tinha reparado que nos últimos tempos ele falava muito num menino chamado D. mas como na unidade de autismo há um menino com o mesmo nome, pensei que se referisse a ele.
Parece que o D. que vive apenas com a avó, não percebi a situação familiar e também não perguntei, estava sinalizado pelo mau comportamento. Entretanto, ele e macaquito tornaram-se amigos, o D. sente que tem de o proteger, espera por ele nas horas de entrada e saída da escola e faz questão de o acompanhar para todo lado. Macaquito anda feliz com o novo amigo e o novo amigo também deve estar feliz pois o seu comportamento mudou, para melhor, bastante melhor, segundo me disseram.
Ando há três anos a batalhar na mesma coisa, trabalhar a verdadeira inclusão numa escola com uma unidade de autismo, passar a mensagem aos colegas, fazê-los perceber que as crianças diferentes podem ser pares. Estes dois miúdos, cada um especial à sua maneira, vieram dar-me razão. Estão mais felizes, a escola já não é um local de conflito, temos muito para andar mas vamos no bom caminho.